domingo, 27 de junho de 2010

Destino

Tenho acordado no meio da noite com a sensação de que acabei de nascer. Nem a tosse, nem a dor de cabeça, nem a falta de posição ou o som recorrente do caminhão de caçambas me fazem antiga. Da vida passada, guardo a vaidade que também dói. Quando tempos atrás, eu sentia a correnteza me arrastar com força, tive medo, muito medo. Mas desde que a água acalmou, a margem me abraçou e o fogo iluminou a noite, parece-me que agora e sempre não existe opção. Reconhecimento sim, opção não. Édipo lembra? Coitado dele e de nós, que não decidimos nada. E, obrigada Deuses, por me darem tantas vidas em uma. Perdi a conta já, mas acho que na primeira, nasci gata.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dia dos namorados

Pensei em escrever alguma coisa para você, mas tudo que eu pensava era muito batido, muito cliché. Queria saber declarar meu amor sem repetir outros amores, sem parecer cartão de livraria. Passou o dia dos namorados e eu ainda não consegui criar nada que fizesse o amor parecer original. Por mais que a gente renove o amor, ele é sempre o bom e velho amor que desde sempre habita cartas, obras de arte e mensagens de SMS. E ainda assim é só nosso, milagre. Mas o que eu sei é que quero que a gente vire um casal de velhinhas de cabelo roxo, pele enrugada e linguajar ultrapassado só para a gente andar de mãos dadas por aí, desobedecendo os médicos e rindo do futuro, que será o presente e que, do lado de fora do nosso mundo, será uma bela merda.

É...ficou diferente, acho que consegui.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Os outros

Aceitar quem aceita tudo é tão difícil quanto aceitar quem não aceita nada, mas para evoluir eu preciso manter olhos, ouvidos e braços abertos. De qualquer maneira, tudo que eu penso é tão pessoal quanto de todos nós.