domingo, 27 de junho de 2010

Destino

Tenho acordado no meio da noite com a sensação de que acabei de nascer. Nem a tosse, nem a dor de cabeça, nem a falta de posição ou o som recorrente do caminhão de caçambas me fazem antiga. Da vida passada, guardo a vaidade que também dói. Quando tempos atrás, eu sentia a correnteza me arrastar com força, tive medo, muito medo. Mas desde que a água acalmou, a margem me abraçou e o fogo iluminou a noite, parece-me que agora e sempre não existe opção. Reconhecimento sim, opção não. Édipo lembra? Coitado dele e de nós, que não decidimos nada. E, obrigada Deuses, por me darem tantas vidas em uma. Perdi a conta já, mas acho que na primeira, nasci gata.

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