Quando eu era criança, eu tinha sonhos recorrentes. Foram vários sonhos diferentes, em fases diferentes, sempre assustadores. Nenhum sonho bom deu-me o privilégio de repetir-se. A maioria deles eu já esqueci, mas outro dia, assim meio do nada, assim meio por causa da vida, eu lembrei de um deles bem antigo, de pequena mesmo, que me pareceu agora ainda mais assustador. Era assim: eu caminhava em direção à porta da minha casa e os meus passos coincidiam com o som dos passos de um monstro que descia uma escada que cruzava meu caminho bem em frente à porta. A escada do sonho, que ficava exatamente onde era a escada real da minha antiga casa, descia do céu e parecia não ter fim. Eu nunca via o monstro, mas o som dos passos ficava cada vez mais alto e próximo e eu sabia que, assim que eu cruzasse a porta, ele iria me pegar. De dia, eu ouvia só os meus passos, mas passava por ali bem rápido, por via das dúvidas. Acho que não é de graça que alguém afasta suas lembranças infantis. Que tipo de criança pode ter medo de por os pés para fora de casa?
Ah, querida! É que crianças são "aliens". Alguns, quando crescem, voltam para a nave mãe e são substituídos por pessoas reais. Outros vão ficando por aqui. Amo.
ResponderExcluirQuer dizer que a nave mãe me esqueceu? Mais traumas...
ResponderExcluirOlha a terapia de sonhos em grupo..
ResponderExcluirSe vc se interessar mesmo por sonhos, te passo por email o texto do Freud, Análise dos sonhos. é maravilhoso. Adoro decifrá-lo ao longo dos anos.
:-*
Eba! Manda sim, eu tenho uns sonhos interessantíssimos para decifrar...
ResponderExcluirOI Jane, desculpa a demora. Mando ainda hoje ;-)
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