quinta-feira, 15 de abril de 2010

Contaminação

Talvez você me enxergue jovem, bonita, inteligente, bem de vida, bem amada, com saúde, com uma família, um lugar bacana para morar, uma cachorra linda, projetos e sonhos em andamento. Talvez eu seja um pouco assim. Mas pensar em mim como unidade é muito pouco realista: tenho o amor e os meus amados. O amor, esse complexo vínculo involuntário, me torna parte de algo maior. O amor faz os meus infiltrarem-se em mim, me torna permeável a suas dores, derrotas e perdas. A felicidade vem em gotas, é pontual, efêmera e individual. A dor escorre, infiltra e contamina. Portanto, no meu pouco tempo livre, de quando em quando, eu me reservo o direito de ser infinitamente triste. Mesmo assim, devo confessar de cara que a tristeza sem culpa ainda é sonho de consumo.

5 comentários:

  1. "O amor faz os meus infiltrarem-se em mim, me torna permeável a suas dores, derrotas e perdas"
    É por isso que muitos recusam-se a amar.
    QUe graça tem viver sem sentir NADA?

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  2. Você está pensando num tipo de amor, e eu estava pensando em outro...Por sinal, faltou uma crase ali, não é?

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  3. "Às suas dores" -> faltou crase mesmo.
    Eu pensei nos mesmo amores,ou será que não?
    "os meus" seriam todos os que vc ama? amigos, familiares?

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  4. São meus mesmo, vários, all around. Por aí...

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  5. ah! nao tinha entendido antes mesmo. Será que entendi agora? rs a conversa virou a abstracao da abstracao..rs
    BEIJO

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